Apesar dos
índices ainda acentuados de subdesenvolvimento humano no Nordeste do Brasil, na
última década soou cada vez mais anacrônico o discurso das elites políticas e
econômicas da região, que privilegiam a construção da imagem de um povo
injustiçado por tudo e em tudo. O povo nordestino está desconstruindo essa
ideia paralisadora que serviu para privilegiar os eternos privilegiados, que ao
longo do século XX se apropriaram dos parcos recursos dos investimentos
federais na região.
Nos últimos dez anos,
ufanismos à parte, o Nordeste brasileiro destacou-se pelos avanços sociais e
econômicos. E, neste sentido, há um reconhecimento em torno do importante papel
desempenhado pelo Governo Federal e por alguns governos estaduais. Mas, dada a
enorme dívida de injustiças históricas na região, tudo o que já foi feito ainda
não é o suficiente.
O Nordeste
poderia em tese estar bem melhor se, logo após a promulgação da Constituição em
1988, os sucessivos governos da República tivessem cumprido com esmero o que
estabelece o § 7º do art. 165º da nossa carta magna: Os orçamentos terão entre
suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional. Mas o Nordeste não recebeu investimentos na
proporção da sua população. O Nordeste quer o que é seu.
Luiz Couto é deputado federal pelo PT/PB
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