quinta-feira, 31 de maio de 2012

CHESF E BNB GOLPEADOS

Por Terezinha Nunes
Há três anos, o Nordeste sentiu mais um duro golpe em suas instituições de desenvolvimento quando a Eletrobrás, instada a se transformar, nas palavras do ex-presidente Lula, na “Petrobrás do setor elétrico”, tirou a autonomia da Chesf, obrigando a mais importante estatal nordestina a remeter para sede daquela empresa no Rio quase todo o seu lucro. Assim em 2009, quando conseguiu lucrar R$ 740 milhões, e em 2010, quando chegou a cerca de R$ 1,5 bi, a Chesf transferiu para a Eletrobrás quase tudo que arrecadou. Virou uma simples subsidiária. Recentemente uma nova medida foi orquestrada com o objetivo de macular o programa de desenvolvimento regional criado sob inspiração de Celso Furtado. O Governo Federal anunciou a decisão de tirar ao Banco do Nordeste (BNB) a exclusividade na operacionalização dos recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE), recursos esses fundamentais para que o BNB continue prestando serviços à comunidade nordestina e financiando o nosso desenvolvimento. No caso da Chesf ainda houve reação da sociedade civil e de um grupo de funcionários e ex-funcionários, mas o golpe contra o BNB ficou circunscrito a uma mobilização da bancada do Ceará no Congresso. Como aconteceu com a Chesf, dificilmente o Governo vai voltar atrás em relação ao BNB. Continuaremos todos a ver navios.

Terezinha Nunes é jornalista, ex-deputada estadual e atual secretária-geral do PSDB-PE

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