sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Nordeste quer mais

Por Luiz Couto

Apesar dos índices ainda acentuados de subdesenvolvimento humano no Nordeste do Brasil, na última década soou cada vez mais anacrônico o discurso das elites políticas e econômicas da região, que privilegiam a construção da imagem de um povo injustiçado por tudo e em tudo. O povo nordestino está desconstruindo essa ideia paralisadora que serviu para privilegiar os eternos privilegiados, que ao longo do século XX se apropriaram dos parcos recursos dos investimentos federais na região.

Nos últimos dez anos, ufanismos à parte, o Nordeste brasileiro destacou-se pelos avanços sociais e econômicos. E, neste sentido, há um reconhecimento em torno do importante papel desempenhado pelo Governo Federal e por alguns governos estaduais. Mas, dada a enorme dívida de injustiças históricas na região, tudo o que já foi feito ainda não é o suficiente.

O Nordeste poderia em tese estar bem melhor se, logo após a promulgação da Constituição em 1988, os sucessivos governos da República tivessem cumprido com esmero o que estabelece o § 7º do art. 165º da nossa carta magna: Os orçamentos terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. Mas o Nordeste não recebeu investimentos na proporção da sua população. O Nordeste quer o que é seu.

Luiz Couto é deputado federal pelo PT/PB